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Título 1

Sobre a I JINECULT

A Jornada é uma realização do GEPMU (Grupo de Estudos e Práticas Musicais/UENF) e tem como objetivo reunir pesquisadores, estudantes, artistas, mestres da cultura popular, das mais diversas expressões culturais que integram, não só a região Norte Fluminense, mas a cultura musical brasileira.

 

A programação da I Jornada Interdisciplinar de Expressões Culturais celebra os sete anos de atividades do GEPMU e contará com palestras, rodas de conversas, mostras acadêmicas (comunicações orais) e apresentações artísticas, propiciando o compartilhamento de saberes e fazeres culturais.

Grupos de Trabalho aprovados

 

(GT-1) MUSICALIDADE AFRO-BRASILEIRA E IDENTIDADE CULTURAL

Coordenadores: Diego Bezerra Belfante (Universidade Federal do Ceará), Hermetac Leite dos Santos (Universidade Federal do Ceará) e Joel Alves Bezerra (Universidade Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira).

 

O GT propõe promover debates sobre a relação entre oralidades/musicalidade afrobrasileira e identidade cultural, enfocando as práticas da cultura popular, relações identitárias culturais, processos de ensino/aprendizagem formais e não-formais de música afro-brasileira, por meio das relações entre o oral e o escrito. Buscamos apresentar o espaço para trabalhos focados em discussões sobre as disputas pela legitimidade e inserção social das práticas culturais afrobrasileiras de forma a pensar as suas múltiplas temporalidades, nosso objetivo está principalmente em promover debates sobre a sociedade brasileira por meio de trabalhos que utilizem como fonte para suas indagações a musicalidade e performance. Com enfoque para pluraridade cultural brasileira no reconhecimento dos saberes populares e investigação de suas práticas culturais, bem como dos seu processos de ensino e aprendizagem musical. O grupo pretende assegurar a interlocução de forma interdisciplinar aprofundando debates e propiciando um espaço à construção de saberes musicais, históricos, culturais e sociais da musicalidade afro-brasileira e seus processos de reconhecimento tão fundamentais para a construção de uma sociedade culturalmente democrática.

 

 

(GT-2) CULTURAS, TRADIÇÕES E AS ARTES DA CENA: DIÁLOGOS SOBRE FRONTEIRAS E BORRAMENTOS

 

Coordenadoras: Takna Mendonça Formaggini (Instituto Federal do Rio de Janeiro) e Alissan Maria da Silva (Instituto Federal Fluminense).

Os aspectos cênicos e performativos presentes nas práticas das culturais tradicionais - ou populares, como também são abordadas - que incluem saberes relacionados às expressões de organização e deslocamentos no espaço (rodas, cortejos, desfiles), múltiplas sonoridades e musicalidades, bem como corporeidades, caracterizações e visualidades nas artes da cena, possuem formas de expressão de caráter subjetivo e artesanal pertencentes a contextos regionais, étnicos, religiosos, sagrados, populares e periféricos. O diálogo destas práticas com as Artes Cênicas sempre estiveram presentes na dimensão simbólica da cena e dos corpos em performatividade, enredando sentidos, significados, conhecimentos e saberes, conformando e conflitando diferentes contextos sociais e históricos. Este GT propõe estreitar o debate acerca das diversas e plurais expressividades existentes entre o heterogêneo campo das culturas tradicionais e o campo do Teatro. Os eixos de discussão pretendem abranger práticas de sujeitos, grupos e comunidades, com pesquisas que criem, recriem e discutam estéticas e pertencimentos presentes nas formas de expressão das culturas tradicionais em seus diálogos e fronteiras com as Artes da Cena, sobretudo os que privilegiem os debates ameríndios e afrorreferenciados. Estas experiências culturais coletivas que englobam rituais, festas, culturas populares e manifestações performáticas em suas estruturas rituais, sociabilidades festivas e pertencimentos identitários englobam um imprescindível campo investigativo de estudos interdisciplinares que pretende aprofundar a discussão da presença destas experiências e expressões simbólicas na hibridação entre estas tradições no contexto das práticas de encenação teatral e suas epistemologias. As estéticas refletem e estão refletidas pelos modos de ser e estar no mundo próprios das filosofias, éticas, cosmovisões, pertencimentos dos contextos culturais de seus atores sociais. O caráter multidimensional destas práticas borra fronteiras rígidas entre as linguagens e expressões artísticas convencionadas pelo pensamento ocidental ortodoxo– teatralidades, performances, musicalidades, visualidades - e diluem o sentido de classificações como “popular” e “erudito”, corroborando para o debate proposto acerca da multidisciplinaridade nas artes da cena, a corporeidade como epicentro e o diálogo entre os saberes do mundo.

 

 

(GT-3) Comunicação, Música e Interculturalidade

 

Coordenadores/as do GT: Flávia Magalhães Barroso e Rodrigo Rossi Morelato (Universidade Estadual do Rio de Janeiro.

 

Nos anos 1930, a rápida modernização do país, o surgimento da indústria do entretenimento e a implementação das comunicações de massa ameaçavam destruir por completo todo o rico patrimônio da cultura popular brasileira. Esse cenário deu origem a diversas iniciativas folcloristas, como a mítica caravana modernista, as quais se propuseram, com o auxílio das tecnologias de comunicação, a realizar a cartografia, o registro, a captura e o inventário das formas de expressão dispersas por um Brasil aparentemente profundo e intocado - tendo a música como elemento privilegiado.

 

Mais de oitenta anos passados, os prognósticos apocalípticos não vingaram: a cultura popular brasileira mostrou vitalidade suficiente para se defender e reinventar - com ou contra a cultura das mídias. Partindo dessas questões e tendo como chave de entendimento os processos de hibridização cultural que compõem o estudo das interculturalidades, o atual grupo de trabalho tem interesse em relatos de experiências e processos de pesquisa que coloquem em contato os campos da comunicação, da música e da cultura.

 

A seguir, lista-se possíveis eixos temáticos a serem contemplados pelas reflexões: 

  1. Estudos de tensões e diálogos entre indústrias do entretenimento e culturas populares;

  2. Produtos midiáticos, bem como suas instâncias de produção, circulação e consumo advindos das experiências musicais;

  3. Investigação de práticas ativistas em eventos, festas, apresentações de música e shows; 

  4. Abordagem de dinâmicas musicais locais presentes nos territórios e sua relação com a vida cotidiana;

  5. Dinâmicas de fâs, antifâs e fandons na constituição de práticas musicais locais;

  6. Desafios da manutenção das práticas de música em tempos de pandemia;

  7. Culturais juvenis em interface com os campos da música e da comunicação;

  8. Arquitetura de tribos, subculturas, agrupamentos a partir das experiências musicais;

  9. Ocupação de espaços públicos pelas experiências musicais e discussões sobre direito à cidade, entre outros.

 

 

(GT-4) EXPRESSÕES CULTURAIS NAS NARRATIVAS, MEMÓRIAS E CONTAÇÃO DE  HISTÓRIA DAS COMUNIDADES TRADICIONAIS 

 

Coordenadoras: Manuela Chagas Manhães (UENF/PEA PESCARTE/UENF/PETROBRAS/IBAMA) e Sulamita Conceição Ribeiro (UENF/PEA PESCARTE/UENF/PETROBRAS/IBAMA).

 

O objetivo desse GT é realizar uma discussão ampla sobre a relação das  expressões culturais constituídas por diferentes narrativas que são compartilhadas  entre os membros de comunidades tradicionais e que favorecem a compreensão  dos modos de vida, da importância da memória social e coletiva para a constituição  do sentimento de pertencimento, do mesmo modo que refletir sobre os distintos  significados e representações, que permeiam o cotidiano das comunidades  tradicionais. Para tanto, partimos do pressuposto que as narrativas são pessoais,  mas, no entanto, acontecem num espaço (ambiente/territoriedade) em momentos  específicos da interação social, e este seria um dos motivos para podermos  entendê-las como representantes do próprio ethos do grupo no qual o ator social  está inserido. Desse modo, ao falar de si, de suas memórias, recortes e lembranças,  lendas e poesias, ou ainda, recontar histórias que trazem representações da própria  comunidade, significa que o indivíduo recai na esfera coletiva. Assim, por mais que  sejam experiências singulares e íntimas, ao compor a narrativa, o sujeito social traz  um aspecto essencial da afirmação de si e da demarcação simbólica da identidade  cultural, tanto individual quanto coletiva, constituído pelos diferentes formatos  narrativos o fenômeno da intertextualidade. Desse modo, a contação de história,  algo comum pela oralidade entre os membros da comunidade tradicionais alicerça  não só suas memórias, mas também, seus significados e representações, construindo a relação de tais narrativas e rememorações com o sentido de vida e  construção dos distintos modos de vida.

 

 

 

 

(GT-5) A Cultura Musical no Noroeste Fluminense e Sul Capixaba: mudanças e permanências.

Coordenadoras/es: Paula Aparecida Martins Borges Bastos (Instituto Federal Fluminense) e Thadeu de Moraes Almeida (Universidade Federal do Rio de Janeiro).

O objetivo deste GT é congregar reflexões que permitam descortinar as diversas formas de manifestação da cultura musical no Noroeste Fluminense e Sul Capixaba, abrangendo aspectos diversos, tais como: a) estudos sobre a trajetória musical das diversas expressões musicais em seu contexto histórico e social no território; b) estudos sobre o patrimônio musical material e imaterial; c) festividades que tenham as expressões musicais como um de seus componentes; d) os impactos da pandemia sobre as manifestações artístico-musicais e suas formas de resistência e adaptação. Apesar de compostos por uma riqueza musical que dialoga diretamente com o fazer e pensar dos sistemas sociais e culturais que os compõem, as regiões Noroeste Fluminense e Sul Capixaba se ressentem ainda de uma abordagem mais sistemática sobre suas expressões musicais, uma vez que grande parte das pesquisas acadêmicas tende a se debruçar sobre territórios outros, especialmente dos grandes centros urbanos. As duas regiões abordadas, embora distintas em relação à divisão administrativa, possuem uma história e cultura muito próximas, o que aponta um estreito diálogo nas expressões musicais que se manifestam/manifestaram no território. Reunir os conhecimentos que se produzem sobre o tema, no GT proposto, permite trazer luzes e perspectivas que potencializem e fortaleçam os estudos sobre a cultura musical em suas várias expressões nesse território o que, em última instância, é forma de ampliar o conhecimento sobre a cultura musical brasileira, em sua diversidade e riqueza.

 

(GT-6­) Música, pandemia, ensino e saúde: diálogos possíveis

coordenadoras/es: Marcio Luiz Mello (Instituto Oswaldo Cruz/FIOCRUZ), Nureane Menezes (Instituto Oswaldo Cruz/FIOCRUZ) e Raquel Gomes (Instituto de Estudos Sociais e Políticos/UERJ).

 

No fim de 2019 o mundo foi surpreendido pela chegada de um novo vírus, o SARS-COVID-19, que desde então tem provocado (ou pelo menos deveria estar) mudanças e reflexões sobre nossa maneira de estar neste mundo. Nesse sentido, a música se tornou um caminho, para alguns como forma de expressão para cruzar as fronteiras de suas casas no isolamento social, para outros como um exercício de ensino e aprendizagem, para outros uma forma de manter sua saúde mental em tempos pandêmicos. Tomamos a música aqui não somente como som, compreendemos os aspectos poéticos e sociais envolvidos nesses fazeres musicais. Com isso, ganham sentido as pesquisas que relacionam música com aspectos rituais, étnicos e culturais de grupos sociais distintos, perpassando ainda marcadores sociais como os de raça, gênero e classe social. Assim, este GT tem como objetivo propor um espaço de discussão, trocas e interlocuções a partir de uma perspectiva antropológica da música em suas diversas formas de expressão. O GT busca reunir estudantes e pesquisadores das ciências humanas, das artes e das ciências da vida que estejam desenvolvendo ou tenham concluído pesquisas e/ ou relatos de experiências que através de abordagens teórico-metodológicas diversas dedicam-se a compreender os diferentes diálogos possíveis entre a música, saúde, ensino e o nosso modo de estar no mundo seja no atual contexto da Covid-19 ou em uma perspectiva pós pandemia.

 

 

(GT-7) Possibilidades informais da educação musical

coordenador: Hélio da Silva Júnior (Universidade Estadual do Norte Fluminense-Darcy Ribeiro/UENF).

 

A despeito do quadro representado por uma visível escassez de profissionais para o  ensino da música nas escolas públicas e privadas de todo o território nacional e do  desprovimento de recursos físicos e materiais, observa-se uma subsistência de expressões culturais, por meio da transmissão de tradições musicais entre gerações. Tal contexto  suscita algumas indagações, tais como: de que modo tais tradições têm sido transmitidas?  Quais são os métodos utilizados para este “ensino” da música? Que recursos materiais  são empregados? De que maneira tais processos são avaliados? Qual tem sido a eficácia  destes processos para a manutenção de suas expressões culturais? Diante disso,  considera-se pertinente a investigação, e assinala-se como objetivo para este grupo e  trabalho o estudo de processos de educação musical em ambientes informais de ensino, a  fim de compreender seus métodos, técnicas e materiais. 

Eixos temáticos:  

a) Investigações sobre metodologias informais para o ensino da música; b) Processos de transmissão musical na cultura popular;  

c) Construção de instrumentos musicais;

d) Estratégias de avaliação em música no informal; 

e) Relações interdisciplinares nas práticas musicais da cultura popular; 

f) Relatos de interlocução entre o ensino informal da música e a educação musical  escolar; 

g) Interfaces entre processos de transmissão musical da cultura popular e outras  linguagens artísticas.

 

(GT-8) Expressões regionais do rock no Brasil 

 

Coordenadores:  Adler dos Santos Tatagiba (Instituto Federal Fluminense/IFF), Gustavo Landim Soffiati (Instituto Federal Fluminense/IFF) e Guintter Ferreira de Oliveira (Instituto Federal Fluminense/IFF).

 

Surgido nos EUA, na década de 1950, a partir da fusão de gêneros musicais  marginalizados – o rhythm and blues, de negros descendentes de escravos, e o  country and western de interioranos similares aos caipiras brasileiros –, mais que  uma manifestação popular, o rock (inicialmente rock and roll), tornou-se um  produto da indústria cultural exportado para todos os países do mundo, com mais  êxito até que o jazz e modas muitas vezes dele derivadas (one-step, ragtime,  black bottom). De música simples e dançante, ao tornar-se apenas rock, sofreu  várias transformações ao longo de sua existência, incorporando mais peso (hard  rock, heavy metal e derivações), mais elaboração (progressive rock) ou mesmo  buscando retomar algo de seu espírito inicial (punk rock, new wave). Por meio  de todos esses subgêneros, a penetração do rock um pouco em toda parte  mostrou-se incontrolável. Assumindo maior ou menor cor local, às vezes em  função da maleabilidade do subgênero mais em voga (o rock progressivo incorporou, em muitos países, tradições ditas folclóricas), o rock provoca  discussões a respeito do potencial de fazer desaparecerem ou se  enfraquecerem ritmos tipicamente nacionais e regionais. Por outro lado, em um  mundo cada vez mais globalizado, cria tribos urbanas comparáveis a  comunidades tradicionais (rurais, indígenas), exigindo que o estudo do  fenômeno considere não apenas a música, mas os aspectos comportamentais  partilhados pelos que a ela aderem (vestuário, dialeto, ritos iniciáticos e de  passagem). Em várias capitais e cidades do interior do Brasil, essas  características do rock também se manifestam há décadas, em maior ou menor relação com expressões regionais ou nacionais com alguma força. Em cidades  brasileiras, como em outras do mundo todo, os primeiros artistas e bandas de  rock surgiram, em geral, (re)produzindo covers e/ou versões de músicas  estrangeiras, passando depois à constituição de repertório autoral. Mapear nomes que estabeleceram a cena roqueira em cidades brasileiras e a forma  como se vincularam às particularidades históricas de cada município é o principal  objetivo deste GT, que se justifica pela consolidação de um público de atores ligados ao gênero (músicos, fãs, produtores culturais, poderes públicos,  empresários), em busca de representatividade e visibilidade na sociedade, por  meio de eventos mais institucionalizados (em Campos dos Goytacazes/RJ, o  “Dia Municipal do Rock Goitacá”, fixado por lei pela Câmara dos Vereadores, e  o bloco carnavalesco de rock “Everybode”) ou de ações pontuais (shows,  gravações de material para divulgação e/ou comercialização).

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